PROCOVA: Dentre os ensaios que já realizou, qual o da sua preferência, aquele que está em primeiro lugar dentro de sua visão da Fotografia?
MP: May, Aline Missel, Kitia, Bruna, Bel Lopes e uma única foto da Adriana, a do rosto atrás da porta, ainda na fase dark de minhas produções. Por todos os ensaios realizados com estas modelos e esta foto citada, nutro um carinho especial. Mas as Fadinhas superam tudo e qualquer coisa que eu tenha feito nesta minha carreira de arte fotográfica!
MP: A mídia grande não me conhece, nem sabe que eu existo! Gostaria de ganhar mais notoriedade e ter mais prestígio sim! Algum dia, quem sabe? Certa vez, numa outra entrevista, para o site de um jornalista polêmico paulista, o Fausto do Boteco Sujo, uma de suas leitoras mencionou o “lugar comum” de minhas fotos bonitas. Soou como uma navalha: creio que não mereço a grande mídia no momento. Espero que naturalmente isso mude! Sou sincero com o meu grande prazer ao realizar minhas fotos. Mas se nada mudar no decorrer dos anos, quer mesmo que eu soletre? Começa com F!!!rsrsrs
PROCOVA: Mainstream X Underground! Para você, dentro da sua concepção artística como um todo, tal choque é necessário, obrigatório ou apenas está na cabeça dos que batem no peito e se dizem, orgulhosos, "integrantes-do-mundo-alternativo-fora-dos-modismos-ditados-pela-mídia-mainstream"?

PROCOVA: Ser um artista underground lhe traz benefícios muito além do que a simples conclusão de um trabalho? Não falo de dinheiro, reconhecimento ou bajulação barata da parte de algumas pessoas, mas, sim, de ganhos que, materialmente, não podem ser medidos.
MP: Minha maior riqueza é ter interferido positivamente na autoestima de todas as pessoas que fotografei! Tenho inúmeros relatos e estórias armazenadas. Lindas, inspiradoras, emocionantes. É isso que realmente levo em conta! Ganhei muito pouca grana com fotografia! Deu para pagar minha passagem para Londres por duas vezes, mas dormi num squater em que um amigo brazuka reside. Ainda vou à Nova Iorque. São minhas “ metas” burgo- simplórias”!
PROCOVA: AMOR é uma palavra que define a sua insistência e existência e resistência como arquiteto de uma obra artisticamente toda autêntica?
MP: Sim, AMOR! Só levo isso adiante por AMOR! Nada mais...
PROCOVA: Quais são os seus planos de criação para os próximos anos? Ou você prefere nada planejar e seguir a sua intuição quando a idéia de um ensaio lhe vem à mente?
MP: voltarei com minha revista virtual – a Minimal Devotion – ainda neste ano! o dia em que a Minimal for ao ar novamente será um dos dias mais felizes de minha vida por tudo que ela representa(ou) pra mim.
PROCOVA: Gostariamos de agradecer-lhe pela entrevista a nós concedida, Maurício Porão, desejando-lhe as maiores e melhores recompensas, acima da materialidade, pelo trabalho que vem a realizar com tanta dedicação, empenho e vigor. Pedimos que deixe os links de seus trabalhos virtuais para que os leitores da Webrevista Projeto C.O.V.A. possam acessá-los e dê-nos as suas palavras finais.
MP: muito obrigado pela oportunidade de poder falar...moro só e isolado! Amo a solidão mas ás vezes é bom falar um pouco! Rsrsrsr
deixarei um texto de algo muito bonito retirado de um livro básico para quem quer ser feliz ainda nesta vida:
" Mas vou dizer uma coisa: às vezes, à noite, quando olho pras estrelas e vejo aquele céu todo lá em cima, não achem que não fico recordando. Ainda tenho sonhos como todo mundo, e muitas vezes penso em como as coisas podiam ser. E aí, de repente tenho quarenta, cinqüenta, sessenta anos, entendem? Bem, mas e daí? Posso ser um idiota, mas na maior parte do tempo tentei fazer a coisa certa. E sonhos são apenas sonhos, não são? Assim, independente de qualquer coisa que pudesse ter acontecido, acho que posso olhar pra trás e dizer que, pelos menos, não levei uma vida monótona. Entendem o que quero dizer?
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