terça-feira, 9 de julho de 2013

Michael Meneses - De Olho na Revolução - como num filme antigo

O dia 20 de Junho de 2013 será sempre uma data inesquecível em nossas vidas - http://faith-on.blogspot.com.br/2013/06/20-de-junho-e-2013-o-retorno-da_688.html - pois toda aquela adrenalina do confronto entre manifestantes e "vândalos" x polícia do Cabral gerou fotos incríveis e uma certa  angústia generalizada ao ficar tão claro o tipo de político que rege o país (pois não estamos falando  somente de Rio de Janeiro). Havia vários fotógrafos, cúmplices viscerais daquelas cenas dramáticas. O Michael era um deles!

 
 
texto/entrevista por Porão
fotos de Michael Meneses
 
 
1 - Porão - Em minha opinião, as Manifestações que a juventude brasileira tem promovido são a maior mobilização do país dos últimos 20 anos. A Mídia conservadora, principalmente a Rede Globo, vem rotulando como uma iniciativa de "baderneiros" e "vândalos". Depois deu uma recuada, mas agora com a vitória/conquista da Copa das Confederações pela seleção brasileira os termos voltaram a ser usados. Você que vem registrando tudo de muito perto, representando aquela coisa do fotojornalismo gonzo, verdadeiro, de amor e paixão e com técnica apurada para tanta adrenalina, o que tem a dizer sobre o que tem visto/fotografado?
MICHAEL MENESES – Existe de tudo, com todo tipo de gente, tem os “Bons e Maus” de todos os lados, pois a meu ver não é só “Policia X Manifestantes”. Meu discurso em relação a isso pode parece um tanto piegas, tendo em vista que se estou na fotografia, jornalismo, artes visuais e hoje também estudo cinema, foi porque em meados dos anos 1980 comecei a ouvir Heavy Metal e este me levou à outros estilos de música (rock ou não) e acabei adquirindo um pouco de conhecimento de varias ideologias fazendo uso de algumas ligadas a ecologia, politica, educação, cultura... Notei nas quatro manifestações que fotografei que a grande maioria dos chamados de vândalos na verdade e gente sem nenhuma ideologia politica, no máximo o envolvimento politico dessas pessoas tá ligada a lideres comunitários e políticos locais, fora isso, esses “vândalos” não passam de bandidos acostumados a “peitar” a PM, BOPE e a Tropa de Choque; Não tenho conhecimento de causa de nenhum grupo no Brasil que teria toda essa “marra” com autoridades armadas. Claro que muitos grupos de punk’s, anarquistas, estavam lá realmente em prol de uma revolução que de fato não seria televisionada, mas que foi “Facebookeada”, tanto que existem relatos de falhas na conexão com a internet durante as manifestações e até um “misterioso” corte na eletricidade em parte da Av. Pres. Vargas(RJ) no dia 20 de junho, o que me leva a crer que as manifestações “amedrontaram” gente grande, grande mesmo e não só políticos.
Quanto a mídia, ela só exibiu essas manifestações e seus resultados porque elas chegaram a um ponto que não tinha como fazer uma vista grossa, pois não estávamos em uma ditatura como nos anos 1960/70, pela impressa mundial que cobriu os fatos e vale lembrar que o Brasil estava cheio de jornalistas cobrindo a Copa das Confederações. Por outro lado a impressa não podia e/ou queria ficar exibindo cenas de violência por parte da policia ou dos “vândalos”, televisionar isso não rende publicidade, e nesse momento do Brasil envolvido com grandes eventos certamente vai ter muita verba publicitaria. Não conheço nenhuma empresa que tenha preferencia em anunciar num canal mediático que esteja cobrindo o lado caótico das manifestações, tendo como opção estádios lotados e com a seleção canarinho em campo! A mídia também fez o jogo que as autoridades políticas queriam, ou seja, deixar a população com medo e desmotivando as passeatas. E como isso? Diminuindo os números de manifestantes nas ruas, exibindo as confusões nos eventos, os quebra-quebras. Outra coisa exibida eram imagens de famílias nas passeatas e cartazes engraçadinhos. Sobre a sua opinião ao fato das manifestações serem as maiores dos últimos 20 anos, vou além, elas são as maiores desde os anos 1960/70, a diferença é que naquela época a juventude lutava conta à ditadura e foi uma luta muito maior, cheia de dor e com a mídia censurada e/ou conivente com os militares, já há 20 anos a juventude lutou para tirar um presidente do poder, mas com a mídia, partidos e políticos (os mesmos que ajudaram a eleger o presidente) apoiando,agora é outra história, o povo não aceita o envolvimento de partidos e quase sempre ver com desconfiança a grande mídia. Em tempo: Nas minhas fotos não identifiquei NENHUM, PUNK, ANARQUISTA quebrando ponto de ônibus ou algum bem publico, o que reforça a minha visão sobre os “verdadeiros vândalos”!
 

 2 - Porão - Estive no Centro do Rio no fatídidico dia 20 de Junho de 2013 (Caminhada Candelária x Prefeitura do Rio). Foi quando nos encontramos em pleno front, debaixo de pedras, muito gás de pimenta, fogo, fumaça, polícia fascista, povo enfurecido e destemido e bombas de feito moral. Sem dúvidas um dia inesquecível. Naquela hora que te abracei pelas costas pedindo ajuda, realmente achava que iria morrer cara! Como foi pra você aquela experiência? Comparando com o dia do jogo da final da Copa - 30 de Junho de 2013 - nos arredores da Tijuca (que infelizmente tomei a dolorosa decisão de não ir! Eu faço uso de alguns remédios controlados para ansiedade e situações como essa realmente podem me matar entende?) Qual o foi o dia de mais adrenalina?



M. MENESES

– Primeiro! Que papo é esse que me abraçou pelas costas, tá me estranhando?! (Risos). Agora falando sério,  estão sendo dias e horas inesquecíveis, podemos dizer que de certa maneira, o que vivemos será lembrando nos livros e filmes de história do futuro, aliás, de certo modo já vivemos isso nas redes sócias. Naquela noite, novamente constatei que cobrindo certos eventos se faz fundamental a camaradagem por parte de todos, lhe ajudar naquele momento não foi um fato isolado nas manifestações. Ajudei e fui ajudado várias vezes. Lembro que na hora que você gritou me pedindo ajuda, vi um cabeludo de camisa branca e pedir ajuda para lhe segurar, na mesma hora o cara veio na nossa ajuda já dividindo uma camisa com vinagre e com isso cortando o efeito do gás lacrimogênio, lhe dando um “gás” de energia positiva para continuarmos, vale lembrar que estávamos no auge do caos no Terreirão do Samba. Comparando um caos com o outro a passeata do fim de tarde do dia 30 de junho durante a final da Copa das Confederações foi bem menos caótica, o evento seguiu de forma pacifica da Pça Saens Pena até bem próximo ao Estádio do Maracanã no Cruzamento da Av. São Francisco Xavier com Av. Maracanã e o caos ficou situado apenas nessa região e só foi acontecer simultaneamente ao jogo, contudo por ser uma área residencial foi bem dramática aos moradores adjacentes ao Estádio do Maracanã. Já os eventos do dia 20 foram muito mais caóticos como um todo, pois não ficou limitada apenas à Av. Pres. Vargas, mas se estendeu em vários pontos do Centro do Rio, e até onde sei, só não aconteceu manifestações e ataques nas favelas do Centro, logo vale aquela máxima, até lembrada pelos manifestantes de “Quero ver a Policia Subir o Morro e prender bandido”. Por isso, fora as favelas da região, ao que registrei e acompanhei na impressa, a resistência e as forças policiais mantiveram confronto na Lapa,   Zona Portuária, Cinelândia e Av. Rio Branco.  No Centro estive em quase toda Av. Pres. Vargas, Rua Uruguaiana, Av....???, na Lapa estive na Rua do Lavradio e na Mem de Sá, onde presencie aquelas que acho que foram as maiores covardias. Logo ao chegar na Lapa, encontrei com o músico Alexandre Bolinho(Banda Copos Sujos) que comentou que estava num bar com família e amigos estudantes de psicologia assistindo ao jogo do Uruguai quando uma bomba de gás lacrimogênio foi parar dentro do bar, e esse não foi o único estabelecimento vitima de bombas, outros bares também passaram por isso direta ou indiretamente, além do Circo Voador que na noite recebia shows das bandas Gangrena Gasosa(RJ) e Canibal Cospel(EUA) também receberam uma bomba de “presente”, só vi uma citação na mídia sobre ao ataque ao Circo Voador, que foi noticiada praticamente ao vivo pela Globo News que é um canal fechado, no outro dia apenas as redes sociais e a mídia alternativa falavam dos fatos na Lapa e do Circo Voador.

 
3 - Porão - O que acha que vai acontecer? As coisas parecem um pouco soltas? Sinceramente, acho que o Brasil ter ganhado foi prejudicial à todo o processo! A parte alienada da população (e sou pessimista e ainda acho que é a maior parte) vai continuar sendo emburrecida pela grande mídia fascista e estúpida. Concorda?


MICHAEL MENESES – Em parte concordo com você! Sim, não vai ser entre uma copa e outra ou uma manifestação agora e outra amanha que a grande massa vai deixar de ser emburrecida, tudo vai levar tempo, mas precisa literalmente ser bem “Estudado” para o tempo ser encurtado. Particularmente não sou contra a nenhum evento cultural, esportivo, defendi e defendo a realização da Copa do Mundo, Olimpíadas, Rolling Stones em Copacabana, Rock in Rio, Festa de Reveion nas praias, Carnaval... Embora tenham minhas lamentações depois do que vi nas ruas e sabendo que a Copa do Mundo não será do povo e sim da elite que poderá pagar fortunas por esses jogos, assim como o carnaval na Sapucaí já não é do povão há muitos anos. Tive o prazer de assistir jogos do Mengão com publico superior há 100 mil pessoas. Hoje vejo o Maracanã “Padrão FIFA” e tenho nojo, cadê a geral? Cadê o MAIOR ESTÁDIO DO MUNDO? O que temos lá é outro estádio, não é o Maracanã que ficou conhecido como palco de grandes jogos, shows e eventos! Tudo tá realmente muito solto, mas se o povo que foi às ruas continuar na luta, com boas ideias, e boas ideias não é destruir a cidade e sim cobrar das autoridades soluções justas para todos, também não é fazer desses eventos uma plataforma eleitoral para os próximos anos como aconteceu em todas as outras manifestações ocorridas no Brasil, na ditadura militar, no movimento Diretas Já e nas passeatas do Impeachment do Collor. Acho e desejo que esses eventos devem continuar sem partidos, políticos e sem lideres, mas com boas ideias, pois são as boas ideias e reivindicações que se tornam eternas.

4 - Porão - Você é professor de fotografia (jornalista de formação), tem um selo musical. Empresaria e lida com bandas e todo um conceito underground! O que mais curte fotografar Michael? O que tem feito fotograficamente falando atualmente?
MICHAEL MENESES – Desde criança gosto de fotografar e ser fotografado. Porem só segui o ramo profissional da fotografia por ter sido fanzineiro de rock no inicio dos anos 1990 e sentir a necessidade de ter fotos de qualidade em zines numa época em que ter acesso a imagens não era fácil como hoje. Dei um depoimento sobre isso no terceiro capitulo do documentário “Fanzineiros do Século Passado” do jornalista Marcio Sno. O rock me levou aos zines, os fanzines a fotografia, a fotografia ao jornalismo, então somei musica, fotografia e jornalismo e fui fazer uma pós-graduação em artes visuais e agora estou cursando uma segunda graduação; dessa vez faço cinema e penso em trabalhar com filmes experimentais, thrash movies, documentários, vídeoclipes. Minha especialidade e preferencia na fotografia são as fotos de shows de rock, desde eventos com bandas de garagem nos pés sujos do underground à eventos do porte do Rock in Rio, mas já fiz quase de tudo na fotografia, adoro fotojornalismo, nu-artístico, natureza, viagens; meu sonho é ter carro, tempo e dinheiro para sair fotografando sem rumo pelo Brasil e até pelo mundo. Sobre minha experiência clicando as passeatas deixo um recado pra galera que nunca estudou fotografia, jornalismo, publicidade, cinema e se acha autodidata em fotojornalismo: fotografar confrontos como esses é bem diferente que fotografar baladas com “Instagram”, 
fui atingido duas vezes nas pernas no dia 20 e nem sei o que me atingiu, nada grave perto de outros companheiros da imprensa, mas fiquei mancando e  depois de alguns dias continuava roxo; continuei sem dar bola ao machucado, mas pensei, “ok, foi nas pernas, nada grave, mas e se fosse atingido na cabeça?” Uma bomba de efeito moral estourou ao lado do meu pé esquerdo quando saquearam estabelecimentos comerciais na Av.Pres.Vargas, uma bomba de gás lacrimogênio veio aos meus pés na Esquina do Parque do Santana com Pres. Vargas que chutei para o meio fio. Então pessoal, #Vaiprarua, mas não brinquem de repórter. Seja cidadão e ajudem todo o processo de evolução.
5 - Porão - Atualmente sou 100% fotógrafo, mas afirmo que não curto muitas das pessoas egocêntricas da classe! Lógico e evidente que tenho meus amigos e minhas referências em alguns nichos. Acho que te incluo nessa seleção porque te acho muito verdadeiro! Pode falar algo sobre isso? Muita gente deve prestar atenção no que você fala e fotografa!
MICHAEL MENESES – Em todas classes profissionais há humildes e egocêntricos, acho que por eu ser do rock (que também é cheio de egocêntricos), ter morado por toda vida em bairros periféricos, seja em Aracaju/SE ou no Rio de Janeiro/RJ, aprendi a lidar com o ego de muita gente, inclusive o meu. Uma coisa que muitos dos meus alunos devem lembrar e que sempre falo a eles, é que nunca abaixem suas cabeças para outros fotógrafos pelo fato deles terem um bom trabalho, bom equipamento ou pelos clicks deles. Usem esses fatos como influência para em conjunto com os estudos de fotografia, se tornarem bons na arte da boa foto e da humildade. Gosto de lembrar o dia que conheci o fotógrafo Luciano Oliveira num evento onde realizei uma exposição de fotos de shows, ele me apresentou alguns trabalhos e pediu uns conselhos sobre mercado, fotos de shows e tal, dei umas dicas e o cara abraçou,      isso ocorreu em 2007 e desde então ele tem feito clicks para varias publicações entre elas a Revista Billboard Brasil. Sempre que posso me coloco a disposição para realizar palestras, oficinas e atividades comunitárias em escolas, universidades, igrejas e outros espaços, num desses eventos ocorreu uma coisa que me foi muito gratificante, durante uma palestra que realizei no Museu de Itabaiana/SE, cidade onde minha mãe nasceu. O tema da palestra foi meu trabalho no Rock in Rio 2011, fiz uma introdução de apresentação sobre meus laços com a cidade já que sou carioca e muitos não me conheciam. Ao final da palestra a Secretaria de Cultura do Município que até então não conhecia, veio me agradecer e contou que foi graças ao meu avô que ela estava ali, pois foi ele, meu avo, quem acolheu seus pais quando eles se casaram. Ela falou que conhecia minha mãe, tias, enfim...Tomar conhecimento desse fato é algo que não tem preço, era uma parte da minhas raízes que não conhecia!
 
6 - Porão - Cara o objetivo maior aqui é expor algumas fotos do conflito até então (pois acho mesmo que a Copa deveria acabar, mas o pior ainda está por vir, até mesmo antes da Copa e creio que elas dizem muita coisa por si só! Então aproveita e fala tudo o que quiser, pois não vou perguntar mais nada. Estamos apenas no início de todo um doloroso processo! Solta o verbo, não se preocupa com nada!
 
MICHAEL MENESES – Bom, desde já agradeço por divulgar meu trabalho fotográfico e minhas ideias nesse seu espaço de cultura, arte e reflexão, essa não foi à primeira e sei que não será a última vez que o fotografo Michael Meneses e o Selo Cultural @Parayba Records tiveram voz em suas mídias VALEU, e aproveito para adiantar que estou estudando fazer um pequeno documentário independente sobre as passeatas que registrei, mas isso ainda estou amarrando essa ideia! Sobre o que tá acontecendo ou está por vim, não estou pessimista com o Brasil e com o mundo, para mim o pior já passou e faz tempo,       como por exemplo,







 
quando a criminalidade no Rio de Janeiro tinha o poder de fechar o comércio em vários pontos da cidade nos anos 90/2000 ou quando vivenciamos uma inflação monstro e uma taxa de desemprego enorme na década de 1980. Contudo, nada acabou, sei que não vivemos num paraíso e gostaria que as manifestações continuassem e não fosse algo passageiro como uma partida de Futebol de Resultado, mas eternas como o Futebol arte. Também terei VERGONHA de ser um ser humano, independente de ser Brasileiro ou Cidadão do Mundo como prefiro ser visto, se gente como o governador Sergio Cabral ou o prefeito Eduardo Paes, se elegerem e/ou à alguém nas próximas eleições no Rio de Janeiro ou do Brasil. No Rio, também não vejo com bons olhos políticos como Cesar Maia, Anthony Garotinho, Jair Bolsonaro...
Não gosto de pensar ou desejar mudanças, prefiro acreditar em algo maior do que simplesmente “MUDAR”, por isso quero continuar acreditando que o Brasil e o mundo estão num estado de evolução, que realmente estamos vivendo uma revolução política, cultural e ideológica, quero acreditar que o povo tá deixando de ser acomodado, que as crianças de hoje, amanhã saberão como lutar sem se influenciar por políticos e partidos, e sim pela influencia do que estar acontecendo hoje! Eu quero acreditar que tudo isso que vivemos é um novo capitulo da história e na medida do possível registrar em minhas fotos, na memoria e na história de tudo e de todos. Namastê!

 
entrevista por Porão
fotos M.Menezes

 
 
 

 

 





3 comentários:

  1. Pensar em fazer foco, medir luz, enquadrar... em meio a tanta gente, em algumas vezes em meio a confusão não é deve ter sido nada fácil.
    As imagens feitas por fotógrafos ou cinegrafistas profissionais ou amadores que estavam lá para cobrir a realidade tem que ter orgulho do que fizeram, pois isto é o que eu espero vá para os livros de história e não não as imagens da mídia manipulada.
    Sobre a parte do "(...)a criminalidade no Rio de Janeiro tinha o poder de fechar o comércio..." tenho que discordar porque depois que essas áreas da cidade do Rio foram "limpas" muitos criminosos dessas áreas vieram para a baixada e aqui estamos vivenciando tudo isso que até então em algumas cidades nunca haviam sido vistas. Era normal terem assaltantes e traficantes sem muito poder, que ao ver UM policial temiam ao invés de enfrentá-lo, mas agora a história é outra. Ninguém limpou a sujeira, apenas jogaram o lixo em outro lugar.

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  2. obrigado pelas informações e pela interação

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  3. Super bacana a entrevista.
    Sou fan de carteirinha não só do trabalho mas também da pessoa que, embora não muito, conheço.
    Michael manda muito bem no que diz respeito à música, eu ja disse isso á ele e digo aqui: o cara deveria ser chamado pra organizar exposições sobre o assunto, conhece demais!!
    Sobre o trabalho nas manifestações o que vi foi sempre uma cobertura muito bem feita de um cara que deixou de fazer seja lá o que fosse pra poder mostrar ao país (e o mundo) um pouco do que esta acontecendo por aqui. Está de parabéns!!

    Ja o comentário àcima, cara, vivi no Rio nos anos 80 (e 2 anos dos 70 rsrs) e hoje em dia me dá dó ver o que a periferia se tornou. Tiraram sim muito do que era ruim dos morros (ou esconderam muito bem) mas a situação na 'zona sul' nunca foi tão linda assim. Medo de ir à praia e passar por arrastão não se tem, ou ouve falar, mais mas nas ruas perto da orla o problema continua.
    Medo de sair à noite ou mesmo crimes durante o dia existem no país todo, isso anos atrás ou ainda hoje.

    Até mais
    =^.^=

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