sábado, 6 de agosto de 2011

ex posições...




Ultimamente venho recebendo alguns elogios: da rapazeada de um programa de rádio na Região Oceânica; das meninas descoladas de Rio das Ostras; de algumas mocinhas que irão posar pra mim pela primeira vez ; do Maurício da Baratos da Ribeiro; enfim...elogios legais! Deveria estar feliz né?



Não tenho grande formação  em fotografia além da faculdade de Comunicação e alguns cursinhos básicos nos anos 90, apesar de ter fotografado muito e sempre, e é por isso que ela entrou de uma forma muito sutil na minha vida. Não foi algo premeditado. Em remotos 80`s eu já tinha toda uma produção com fotografia, mas nem ampliava as fotos, ela apenas ficavam no contato. Eram primeiros trabalhos que realizava com meu camarada, o Dida, figura folclórica do underground carioca que partiu dessa para uma melhor faz alguns anos. Sempre gosto de mencioná-lo! Não sei porque fazia aquelas fotos; registrava simplesmente. Era como uma necessidade vital de fotografar todo aquele corredor subterrâneo que minha vida atravessava (atravessa ainda?). Todos os meus amigos eram estranhos: punks, darks, gays, em plena hipócrita cidade maravilhosa. Não tenho mais as cópias, mas lembro de uma sessão que realizamos, eu e o Dida, na Urca, totalmente subexposta. Algo muito tôsco e inusitado. Era assim que eu debutava na chamada arte fotográfica...Diria que hoje, está bem claro pra mim, que há uma separação entre, digamos, a foto autoral como questão subjetiva e a técnica objetiva. A coisa das (com) as modelos viria anos mais tarde, mas ficou todo o registro emocional daquela época e as coisas se juntaram: em quase todos os meus ensaios, fotografo sem tripé, porque gosto da sensação de trabalhar com a câmera no corpo. Até uso tripé, às vezes, mas não me dou bem e não é nem pelo resultado, é fisicamente. Toda arte tem uma escala humana, a minha escala fica no corpo, somente quando o rosto é muito bonito entra na composição, isso é muito relativo. Não ligo pra Moda embora goste. Tem a ver com o espaço, a perspectiva, essa relação humana também. Se faço uma ampliação bem grande, para a pessoa se colocar dentro do espaço, então não pode ser uma coisa fria. Tem que ter sujeira mesmo. Qualquer pessoa tem todo o direito de achar o que eu faço uma boa bosta! Tento ficar na minha...calado. Mas é inevitável: dói! Infelizmente ainda lembro de algumas pessoas que certa vez invadiram meu finado msn para "meter o malho": o que eu poderia ter dito a  eles na ocasião? Nunca reagi e soube que postaram insultos a minha pessoa num fotolog qualquer. Tomaram as dores de uma modelo com quem me desentendi, mas que eu saiba, era entre nós! Ridicularizaram meus desfoques, composições estranhas e tals...Bem, eu devo ter merecido aquilo. Também devo mercer esses elogios recentes...

Por Porão

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