domingo, 9 de junho de 2013

cine noia - A todo Volume (It might get loud) - feito para roqueiros só e somente



Documentário de David Guggenheim  com os guitarristas Jack White, Jimmy Page e The Edge, feito para roqueiros basicamente. E o cineasta não decepciona: acompanhamos a trajetória de White (do The White Stripes), Page (do Led Zeppelling) e The Edge (do U2) compartilhando com eles os primeiros passos na música, os acordes e composições mais marcantes, os momentos especiais na carreira e toda a magia que envolve os guitarristas e seus instrumentos de trabalho. Ao invés de somente reunir ícones para uma jam com declarações de amor ao instrumento cheio de metáforas, A Todo Volume (It might get loud)  vai atrás da história desses convidados, dos seus processos de composição e tenta entender o que há de singular em seus estilos e como eles contribuíram para definir o som de suas bandas - e do rock dos últimos 40 anos. Guggenheim conduz bons depoimentos logo de início para mostrar que a eleição do trio não foi aleatória: The Edge é o experimentalista, o racional, que equaciona efeitos de pedal e eletrônica para criar riffs como o de "Elevation"; o guitarrista do White Stripes e do Raconteurs é o purista, o homem do campo, o nostálgico, que prefere pegar uma guitarra tosca e extrair dela uma espécie de autenticidade; Page serve de meio-termo (embora alusões medianas a um ex Zepelin possam soar desrespeitosas), típico representante dos anos 70, que tem formação clássica, como White, mas está aberto a todo tipo de novidade, como Edge.

A jam entre os três aconteceu no dia 23 de janeiro de 2008  num barracão gigantesco que certamente teve a sua acústica medida pelos guitarristas. Ali eles tocam juntos músicas de suas respectivas bandas; O grosso do filme é o resgate histórico, além das cenas de cada um em seus próprios ambientes - quanto ao som, não são somente faixas do Led Zeppelin, do U2 e do White Stripes, mas também alguns blues  e músicas do começo do rock que são avaliadas e reverenciadas pelo trio. O filme/documentário acaba sendo um prazeroso apanhado de canções   sublinhadas pela sensibilidade do diretor de fotografia Guillermo Navarro que se utiliza de destreza e muito bom gosto para capturar diversos e singelos detalhes.  Como resultado temos algo  bem eficiente, satisfatório e relaxante para ser apreciado e reapreciado. Funciona bem para os entendidos!
 
por Porão

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