quarta-feira, 24 de julho de 2013

A PRAÇA NEGRA DO METAL NOISEY By Eduardo Roberto; Fotos por Felipe Oliveira - post sutilmente adaptado


Muito se engana quem acha que o metal brasileiro morreu com o descarrego do Edu Falaschi. Como sempre, é nas ruas que as coisas efetivamente acontecem e tomam corpo.
No sábado, 20, fomos à Praça Roosevelt, no centro de São Paulo, para acompanhar e curtir o Festival Sinfonia de Cães. Aproveitamos o dia para convidarmos o nosso colega Felipe “Mac” Oliveira para registrar digitalmente o rolê. Veja na galeria acima.
Esta foi a quinta edição do evento, organizado pelo coletivo/gang punkeragem homônimo, que há dez anos sobe as mangas da camisa xadrez para criar e promover rolês na zona escura da música.
Desde as 14h, jovens e maduros, cabeludos e barbudos, gatas e varões, skatistas e mendigos, ocuparam e se espalharam pela Praça Roosevelt, camisetas pretas e arrebites à mostra. Cerveja no boteco do lado, brodágem, bate-cabeça, tudo tranquilo e divertido. Todo organizador festival de verdade deveria morrer de inveja do ambiente proporcionado pelo Sinfonia de Cães e catalisado pelas bandas.
No lineup, metal. A edição foi dedicada às sonoridades mais ríspidas e extremas do som pesado paulistano. A única exceção à essa regra foi a apresentação do one-man band argentino Congo Shock, que toca baixo, bateria, gaitinha do inferno e canta, tudo ao mesmo tempo e sozinho. Uma doidera post-punk que ele classifica como xtreme blues -- o que realmente é uma boa forma de resumir a coisa.
As outras bandas eram representantes do metal paulista, do grind ao thrash, passando pelo death metal com inspirações suecas, o crust e outras zueras. Tocaram, nessa ordem: Cruel Face, Manger Cadavre, Nuclear Frost, Infamous Glory, Fim do Silêncio, Social Chaos e, encerrando o festival com uma agressividade estupidamente linda, D.E.R. e Test dividindo o palco e o baterista, o Barata (um dos mais impressionantes bateristas que eu já vi e ouvi tocar).
Como sempre, correndo por fora dos circuitos de grande destaque, com um público restrito porém fiel e engajado, o metal nacional do submundo esporrento sonoro segue ligado nos 220 volts. A espinha dorsal dessa cena, especialmente a paulistana, não é baseada em likes no Facebook ou parceragem à brasileira, é só o faça você mesmo de sempre, sem mais nem menos. Sabe, o eterno e verdadeiro espírito do underground.













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