Esse documentário de Jim Jarmush (de novo no noia) contém cenas de concertos da banda de 1996, com bônus de bastidores e alguns momentos gloriosos da música de Neil Young & Crazy Horse. Simplificando: um bando de velhotes grisalhos volta do palco fazendo a festa da galera (empolgadíssima diga-se).

Jarmusch filmou em Super - 8 num par de datas - num anfiteatro romano, em Vienne, França, e no The Gorge, no estado de Washington. O trato na qualidade do granulado corresponde ao resultado almejado na abordagem desses dois shows somados a cenas de bastidores da banda entre 1976 e 1986 que, juntamente com as entrevistas mais recentes, pontua a música. Está tudo bem costurado: uma discussão nos bastidores de Rotterdam em 1986 entre Young e o baixista Billy Talbot, sobre um suposto mal desempenho musical, de igual para igual, sem ares de "patrão", Young encara um baixista seguro de si e (também) furioso. Uma indicação do fluxo desimpedido de energia dentro da banda? Há uma cena da banda em 1976 queimando flores falsas em um quarto de hotel em Glasgow e ainda um momento curioso e intrigante de Young quebrando a cabeça sobre uma mesa, exausto quando prestes a ser entrevistado por um jornalista.
Longe de ser um set ideal de Neil e a Crazy Horse, trata-se de um fluxo contínuo de boa música separada em oito pedaços de dez minutos. Efeitos técnicos são mínimos e sutis . O momento mais dramático vem durante "Like A Hurricane", que começa de forma habitual e acaba como uma "placa tectônica em deslocamento livre" alternando para uma performance da banda no Hammersmith Oden, em 1976, quando uma banda bem mais jovem e um Neil esbelto e de rosto fino tocando a mesma música. Um surpreendente golpe de cinema que ilustra perfeitamente a ideia "quanto mais velhos ficamos, mais especiais nos tornamos"
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