segunda-feira, 25 de novembro de 2013

cine noia - crash - no limite - racismo in foco

“Crash – No Limite” O filme mostra um país em que as leis não oferecem mais segregação social e determinam igualdade. Mas as consequências sociais se perpetuaram, seja no modo de agir, no preconceito, nas diferenças econômicas ou na cultura. A sociedade estaduniense é dominada pelo racismo de modo que  sua "moral libertária" determina que todos devem se respeitar. Porém, em sua ética coletiva nem sempre isso precisa ser seguido e é sujeito à punição. A ética individual mostra como cada um age em relação a esse contexto.


A classe média tem preconceito contra os negros, associando-os automaticamente ao crime por estes em geral serem mais pobres (engraçado, conheço um país bem parecido!). Os negros reagem ao preconceito e ao senso comum muitas vezes com revolta e com o próprio crime, acabando em confirmar o que sua etnia é acusada injustamente. O casal abordado pela polícia e o chefe policial, por sua vez, mostram a figura do negro que sobe de renda e se iguala ao branco, muitas vezes assimilando a cultura destes e esquecendo a sua de origem.

 

O policial que aborda o casal demonstra outra face apresentada no filme: a relação entre o preconceito e a ética individual. Se essa ética particular pregava intolerância aos negros, não foi preconceituosa o bastante para fazer com que o oficial não cumprisse seu papel – não só de policial, como de cidadão – e salvar a vida de alguém. Já o oficial que discorda do modo como seus companheiros trata os negros, entretanto, mostra como as circunstâncias de uma situação podem afetar a ética individual. Ao matar em legítima defesa o negro ao qual deu carona, livrou-se do corpo ao invés de assumir o crime, posicionamento moralmente condenável e discordante das atitudes corretas – do ponto de vista da ética coletiva – que teve ao decorrer do longa-metragem.

O filme gira em torno de uma grande generalização, em que os personagens atribuem a grupos diferentes características que não são correspondentes a todos esses grupos, mas apenas à parte destes. Um exemplo é quando o dono de loja tem seu estabelecimento destruído, sendo culpado pelo atentado de 11 de Setembro apenas por ser oriental. Uma saída para respeitar a moral e ética coletivas e evitar o preconceito é utilizar o senso crítico no lugar do senso comum. Afinal, todos têm o direito de ter suas diferenças toleradas e respeitadas.

Crash foi lançado em 2005 e seu diretor, Paul Haggis, focalizou o dia dia de uma agitada metrópole racista e segregada como Los Angeles. Ora nos choca, ora nos emociona e surpreende. Os dramas expostos de vários grupos de pessoas acusam que a intolerância e o preconceito sempre estarão presentes em ações e situações que irão impactar de forma definitiva na vida de cada um. No elenco todos estão bem, inclusive Sandra Bullock num papel fora de sua linha habitual. 

por Porão

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