segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Satan em Desvantagem !

Texto: Maurício Bezerra (Porão)

fotos de Rogério Bezerra (será que o maluco é meu parente?)
https://www.facebook.com/rogeriopbo?fref=ts

O show do Belphegor, nessa tour latino americana, conta com "alguns clássicos" de seus principais discos ultrablasfêmicos: "Blood Magic Necromance", "Pestakopalypse VI", "Lucifer Incestus" dentre outros , juntamente com  faixas do excelente material novo de Conjuring the Dead de 2014 (discão que conta com a ilustre participação de Glen Benton do  Decide). Como já afirmei várias vezes, em tons apáticos,  o Faith não é um site especializado em "porra nenhuma", nem mesmo em "fotografia de mulher pelada". O que quero dizer é que, maiores e melhores informações devem ser obtidas e/ou procuradas em sites/zines específicos de Metal/Punk/HC /Underground/Música Extrema em geral. Tirando a fotografia - pois  é claro que estou me referindo a mim mesmo de forma irônica -  não sou "expert" nos outros temas;


Prosseguindo: num Espaço Acústica vazio (um lugar aconchegante e perfeito para bandas não muito grandes), o set dos austríacos do Belphegor foi longo - enorme melhor dizendo - e sinceramente, acho realmente que o capeta foi invocado no local, tamanha a fúria que um "negão gordinho", que estava do meu lado, demonstrou durante "êxtases luciferianos", empurrando as pessoas, jogando cerveja em todos e incomodando inclusive casais e a quem estava fotografando o show numa boa; somente ele estava "virado na pomba gira" mas eu até respeito o cara e sou capaz de perdoar seus atos: acho que estava mesmo possuído por alguma espécie de entidade, mas era legal  perceber o quanto amava a banda austríaca além de saber todas as letras de cor. 

O gordinho parecia incorporar a fúria de Helmulth, o guitar/vocal, o "Senhor Belphegor em si", (que também parece encarnar algum espírito doentio com seus trejeitos e caretas estranhas). Mas Helmulth e cia. são simpáticos e atenciosos com seu público além de extremamente profissionais mesmo que todo aquele satanismo seja um teatro sério. Falo dessa forma porque não tenho medo de Lúcifer, Satan, Diabo ou o que valha do gênero. Acredito neles da mesma forma que acredito em Deus...com respeito e pouca aproximação!

E para quem não sabia, que fique claro (ou escuro): embora frequentemente associados ao satanismo, os integrantes do Belphegor são ateus: não acreditam na existência de deuses e nem de demônios, mas usam do simbolismo satânico como forma de se contraporem à cultura religiosa cristã. Ora, tudo bem! Qual o problema?


Reconheci as faixas "In Blood - Devour this Santity", " Helss Ambassador", "Rammed in the Trost ne" e " Severed Chor", (essas duas últimas no bis), dentre algumas outras das quais não me lembro do nome ou nunca soube sendo ainda menos comprometido com a figura  do "jornalista, crítico de rock". Sou apenas um fã de rock e fotógrafo de mulheres.

Ao vivo, a banda soa ainda mais sinistra do que em seus discos: as nuances instrumentais com dedilhados acústicos e melancólicos ficam mais belas e enigmáticas. Essa foi a segunda  vez que tive o prazer de os assistir (e novamente num lugar vazio, pois essa é a retórica de meu Rio de Janeiro, com seu público pouco embasado e mais ligado em modismos midiáticos).

Acho que dá pra comparar o show a "um ritual satânico" (no caso do gordinho funcionou!) e quanto ao Rio, creio que estamos melhorando, graças à força de vontade de alguns produtores e à camaradagem de algumas bandas estrangeiras e brasileiras que sublinham minhas falas.  

Infelizmente não assisti às bandas que antecederam aos austríacos pois não consegui chegar a tempo.


Sinceramente, quanto à essa parte de produção e ganho$,  visão e discernimento mercadológico, de uma certa forma, pouco me interesso: nunca me meteria a ter tanta "dor de cabeça" mesmo sabendo que quando a empreitada é bem sucedida, deve ser comparável a "um orgasmo". Só que isso não vale pra mim que mal dou conta de minha "carreira" fotográfica!

Devido aos meus compromissos atuais, não consigo estar sempre nos horários certos dos eventos. Ao final do show longo do Belphegor disparamos (eu e minha noiva) para o Circo Voador, ali pertinho, para tentar conferir a "festinha do Matanza" que contava com o Bioharzard em seu staff. 

Acho que nem convém  fazer qualquer tipo de mensuração em relação a dois eventos marcados num mesmo  sábado de sol carioca: o evento "primo pobre" do Espaço Acústica - (repetindo que se trata de uma casa de shows e festas perfeita porém pífia quanto ao tamanho disponibilizado para público e palco). No entanto, já estive naquele local num show dos Vibrators -http://faith-on.blogspot.com.br/2011/01/vibrators-por-porao.htmlmas naquela época era possível subir para os andares de cima - e o outro,  " rico " (será mesmo?), tendo um ícone do HC novaiorquino como "banda de abertura".  

Fato: embora sejam estilos e públicos  completamente diferentes, os dois shows foram muito legais (sou eclético, dentro de um limite: curto som porrada em suas várias vertentes além de outros estilos mais leves). Conseguimos chegar a tempo para conferir ao menos uma parte de todo esse disparate cultural e conceitual. 

Talvez eu mereça "menções honrosas" pela atitude e desprendimento; talvez você que está lendo esse texto agora deva estar querendo " me mandar tomar no cu" mas o assumidamente indiscutível é que não tenho condições mínimas de comentar sobre o show do Matanza em si, me limitando a comentários sobre o show dos novaiorquinos do Bioharzard, para os quais os minha admiração continua grande, tamanha a simpatia e o carisma  para com seu o público  de " maçaranduba" (é fato) e pelo "feeling" que a banda transmite ao vivo.  Foi o que vi e somente o que me interessou ver no Circo naquela noite.

Conseguimos chegar (via "canela" mesmo) na metade do set de meu amigo Herón (vocal Uzômi, amigo de todos nós, venhamos!) com sua eterna e competente banda; foi somente à partir desse segundo show de abertura (a terceira atração convidada pelo Matanza era justamente o Bioharzard).

Serei incisivo: com todo o meu respeito para com o Matanza e seu público enorme mas eu não tenho "saco" nem para cinco minutos de suas músicas. 


Então, na verdade, essa tarde/noite de 06/12/2014 será inesquecível pelos shows do Belphegor, do Uzômi (metade ) e do Bioharzard, pois talvez tenhamos sido (eu e minha noiva), as duas únicas pessoas que partiram do CIRCO após o show da "banda novaiorquina - assista aqui com foi que rolou em Goiânia pelas escritos do Bragato - http://faith-on.blogspot.com.br/2014/12/retro.html - porque, sendo mais uma vez muito sincero, nossos gostos musicais aliados à idade, já não nos permite curtir Matanza nem mesmo de bobeira, só pra se divertir,  pois eu os acho muito chatos e bobos.  Tenho certeza de que não estou sozinho nesse pensamento! E se você discorda, crie seu blog e escreva o que bem entender sobre a banda carioca. E que fique bem claro: independente de meu gosto, o Matanza Festival é muito bem feito e organizado.

Ao final, deu tudo certo e valeu demais: um perfeito sábado de prioridades, encaixes e preferências (lembram-se do gordinho possuído?) Foi tudo harmônico e dentro de nossos interesses e palmas para os apreciadores de todas as bandas citadas! Cada um na sua...

por Mauricio Bezerra(Porão)
https://www.facebook.com/mauricio.porao

 


  

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