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por
Bruno Carmelo
Confesso que antes de assistir ao filme, não tinha a menor ideia de quem era Jorge Mautner. Mas este documentário saciou rapidamente a minha curiosidade, explicando desde as primeiras cenas como os pais deste artista vieram ao Brasil, qual a relação deles com a Segunda Guerra Mundial (justificando o subtítulo "O Filho do Holocausto") e enfim, o ambiente em que o garoto foi criado.

A surpresa diante desta produção vem menos do conteúdo do que da forma: para ilustrar a vida de um homem multifacetado e lúdico, os diretores Pedro Bial e Heitor D'Alincourt optaram por uma estética igualmente multifacetada e lúdica. Na prática, isso se traduz em uma imagem de excessos: existem muitos movimentos de câmera durante as interpretações, muitas fontes de luz, muitos entrevistados, muitos objetos de cores e texturas diferentes, dispostos em um cenário de maneira barroca e kitsch.


De um ponto informativo, o filme cumpre o seu papel, além de ser divertido e agradável de assistir. Ele consegue cobrir todas as atividades do artista, de compositor a poeta, passando pela experiência como cineasta (com O Demiurgo), além de extrair bons depoimentos de seus convidados. Faltam apenas a Bial e D'Alincourt um certo recuo em relação ao personagem e uma estética mais concisa, mais homogênea, que não chame tanto a atenção para si mesma. Afinal, é possível ser simples mesmo quando se representa uma figura complexa como Jorge Mautner.
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