quarta-feira, 3 de julho de 2013

cine noia - ela sonhou que eu morri


“Ela sonhou que eu morri”, dos paulistanos Matias Mariani e Maíra Bühler, foi premiado  no Festival de Paulínia (SP) em 2011 e relata as histórias de oito presos  estrangeiros que contam não apenas o que os levou à prisão, mas também passagens de suas vidas pessoais anteriores às grades e o sonho de deixá-las em busca de um recomeço.

A húngara que transportaria do Rio de Janeiro para Budapeste diamantes camuflados em três quilos de cocaína; o eslovaco que, afundado em dívidas de jogo, pensou em uma forma “rápida e fácil de ganhar muito dinheiro”; o líbio que teve “alguma coisa ilegal” encontrada na mala. Esses são alguns dos  personagens do documentário sombrio e angustiante.
 
Em pesquisa sobre o documentário, li que os diretores precisaram realizar um trabalho extenso junto a órgãos oficiais na coleta de depoimentos para fazer a triagem de personagens. Foram entrevistadas mulheres presas em um prédio anexo do Carandiru e homens do presídio de segurança máxima de Itaí. De 30 histórias ouvidas, oito foram selecionadas para os 78 minutos do documentário

Além de Eslováquia, Líbia e Hungria, o filme traz relatos de três presos oriundos da África do Sul, um da Espanha e outra da República Tcheca. Apesar das peculiaridades nas histórias de vida de cada um, em comum, todos os oito estão presos nas duas penitenciárias brasileiras acusados de tráfico internacional de drogas.

De acordo com a dupla de diretores, a produção precisou das autorizações dos presos, de um juiz de cada cidade onde ficam as penitenciárias e da SAP, além do contato constante com os diretores das unidades prisionais.

Ela Sonhou que eu Morri é denso e baixo astral e segundo os diretores o objetivo era esse mesmo: tentar alcançar a generosidade do público  ao ouvir essas histórias e talvez o encantamento que  eles, diretores, foram tomados, ao se deparar com essa fragmentação de situações e políticas diferentes. 

Os presos falam, na maior parte do tempo,  sentados em uma carteira escolar. Uma maneira, segundo os diretores, de unificar os espaços das duas penitenciárias e de remeter a uma instituição (no caso, a escola) onde as regras também são uma constante.

Angústia pura, mas muito bem filmada...

divulgação:

https://www.youtube.com/watch?v=Sa5mSH_fXo0
Porão

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