As autoridades da Terra estão completamente despreparadas para a chegada de visitantes extraterrestres e querem que os seres humanos se preparem assistindo a um inovador filme em formato de documentário. Isso, pelo menos, de acordo com o diretor.
O dinamarquês Michael Madsen resolveu adotar uma linha dura na promoção do “The Visit” (ainda sem nome em português), que tem como subtítulo “An Alien Encounter” (“Um Encontro Alien”, em tradução livre) e compete na categoria Documentário Mundial no Festival de Cinema de Sundance.
Curiosamente, o longa é filmado a partir da perspectiva dos primeiros aliens a nos visitar, com uma série de especialistas e figuras de autoridade falando para a câmera como se para receber os nossos novos amigos extraterrestres.
“Se isso acontecer, você deve assistir a este filme, ele é um manual para isso”, garante o cineasta de 43 anos.
Ao invés de seguir a linha de épicos ficcionais de Hollywood como “Contatos Imediatos de Terceiro Grau”, Madsen diz que seu filme pretende ser um exame sério de como a humanidade deve reagir em caso de uma chegada alienígena. Surpreendentemente, ele afirma que a ONU não tem um plano de resposta à chegada de extraterrestres, um fato que ele descreve como “preocupante”.
No filme, o cineasta entrevista especialistas da NASA, do Escritório das Nações Unidas para Assuntos do Espaço Exterior (que existe, com sede em Viena) e do SETI – Instituto de Busca por Inteligência Extraterrestre.
Madsen disse que o filme (que foi feito para ser a segunda parte de uma trilogia que começou com “Into Eternity”, de 2010, também sem nome em português) é “uma forma de pensar e explorar este mundo, esta realidade”.
Como seria
Seu filme também inclui um ex-porta-voz do governo britânico debatendo exatamente como autoridades iriam lidar com a situação; o que diriam para a mídia e como evitar pânico em massa. Os entrevistados ainda refletem sobre quem seria a melhor pessoa para ser o porta-voz da raça humana na comunicação com os ETs. Uma resposta, um tanto improvável, é Sir David Attenborough, famoso naturalista britânico que dá voz aos documentários de vida selvagem da BBC. “Todo mundo confia nele”, explica um militar.
Na realidade, seria mais provável que o escolhido fosse alguém do departamento de espaço exterior da ONU, cujo chefe aparece em um traje espacial laranja mergulhando na escuridão impenetrável da nave espacial alienígena.
O filme não inclui discussão alguma sobre almas, ainda que tenha sido questionado sobre religião. Para Madsen, as maiores religiões do mundo baseadas em deidades estariam em maus lençóis. “Para algumas religiões, será devastador. O cristianismo estaria em apuros”, opina o dinamarquês, que se descreve como ateu.
Na estréia mundial no Festival de Sundance, um membro da plateia perguntou por que quase todo mundo no documentário é branco europeu, quando se está abordando uma questão tão global. O diretor, porém, não acha que isso seja um problema e usa o argumento que “são as pessoas brancas que vão para o espaço”. “É assim que tem sido, historicamente, então, é uma parte da civilização ocidental”, afirmou.
Ele acrescenta ainda que a sua prioridade como cineasta foi satisfazer seus próprios interesses.
“Você só pode fazer filmes para si mesmo, no sentido de que, se ele não lhe interessa, eu não acredito que haja qualquer chance de sair alguma coisa interessante, mas é claro que isso não é uma garantia”, ponderou.
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