Eu já sabia de tudo o que é relatado nesse documentário de 2008: na deturpação das bases do movimento skinhead e sua ligação com a ska music jamaicana inclusive. Mas o que penso de fato é que sendo um negro brasileiro e apreciador de ska, reggae, hardcore e punk music, eu teria de ser muito imbecil para fazer parte de alguma destas duas facções de skinheads que são abordadas no filme (sim elas existem por aqui no brazuka também mas disso eu falo em outro post futuro). Sinto pelo rapaz negro que foi assassinado, mas como ele pôde se identificar com tanta coisa distorcida e mal explicada (refiro-me ao movimento skinhead original que não se diz racista mas não se vê um mestiço sequer nos públicos dos shows documentados no filme); ao menos ele era um imbecil americano e não um imbecil brasileiro pois o fato de ter nascido num país totalmente mestiço como o Brasil tornariam as coisas ainda mais estranhas e inexplicáveis. Há tentativas de se esclarecer algumas coisas e dá até para gostar mais dos Garotos Podres que teoricamente fazem parte do " lado bonzinho da coisa toda" aqui no Brasil.
Mas vamos ser realistas, cutucando com "vara curta" um assunto repugnante, Skinhead Attitude do diretor suíço Daniel Shweizer destrincha a história do movimento desde a sua origem no final dos anos 60 fazendo um estudo sobre a atual cultura e seus diferentes ramos contemporâneos ao redor do mundo. Há (ao menos se tenta) uma explicação sobre a facção (original) anti-racista, que simplesmente ama a música e a moda separando-a dos boneheads de extrema-direita neo-nazista. Mas tudo é muito nebuloso mesmo para quem (como eu) já sacava do assunto.
Construído ao redor de uma viagem de descoberta da skinhead francesa Karole (bem gostosinha, diga-se), de 22 anos, o documentário inclui entrevistas com várias pessoas atuantes na cena skinhead, especialmente músicos de punk rock, ska e oi! como Laurel Aitken, Bad Manners, Roddy Moreno, Jimmy Pursey, Los Fastidios, entre outros, cujos estilos musicais dão forma ao movimento, bem como skinheads comuns de ambos os lados. Ligações com organizações terroristas de extrema-direita como o Combat 18 são explorados.
Mas é justamente na América do Norte, onde seqüências extensas são dedicadas aos confrontos mais violentos entre as duas facções que resultaram no assassinato de dois skinheads anti-racistas em Las Vegas, um branco e outro ( o imbecil?) negro.
Não se questiona muito a posição dos skinheads anti-racistas embora o documentário tente ser imparcial ao mostrar a cultura skinhead e a sua atual fragmentação politica, que a dividiu em vertentes completamente opostas e conflitantes. Compexo!
por Porão
engole se for capaz:
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